quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

#184 O meu paradoxo

Tenho o paradoxo de quem se assusta com o estar de bem com a vida e não se importar com esse medo. Inexplicável sensação. Inexplicável momento. Sintonia constrangedora mas (im)perfeita. Sinto que muitas vezes a minha independência mistura-se com o vazio. As vezes consigo não temer o futuro e pensar nele como aquilo que tiver de ser. Consigo olhar para o céu, lançar um sorriso simples e respirar fundo. Consigo não me preocupar com o que quero alcançar, onde quero estar, como reagir e quando lutar. Acima de tudo gosto da espontaneidade, simplicidade e naturalidade. Gosto de ser eu mesma sem saber exactamente o que isso significa. Gosto de ter as minhas crenças e as minhas regras mesmo sabendo que só dentro do meu mundo são validas. Gosto de ter as minhas coisas. Gosto da minha cor preferida. Gosto do meu sotaque. Gosto dos meus gostos. Gosto dos meus objectivos mesmo não tendo sido escolhidos por mim, coisa que a esta altura já estou habituada. Gosto da cor dos meus olhos. Gosto da cor dos meus lábios. Tenho sonhos adormecidos que tenho medo de acordar mas que a cada dia se tornam cada vez mais meus. Estou bem. Sinto-me despretensiosa. E aqueles temores que até então me preenchem perdem a dimensão quando sinto uma vontade em mim que me manobra. Assustam-me! Sim, muito... Mas o que é um medo ao pé da simplicidade de um sorriso?

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