quarta-feira, 12 de novembro de 2014

#68 Carta do (meu) interior

O mundo gira depressa demais, deixa-me tonta e de tão tontinha não percebo como os segundos passam. Apenas quero brincar, correr, sonhar, princesas e heróis de banda desenhada, comer algodão doce e passear por mil e um lugares desconhecidos. Gosto de baloiços amarelos e azuis, de escorregas vermelhos, de aranhas verdes, de céu azul limpo, de ursos de peluche castanhos e de gelados (de chocolate ou morango) ao final do dia. Acredito em magia, em castelos longínquos, em bruxas malvadas, na fada dos dentinhos, no pai natal e até no coelho da páscoa. Sou feliz há minha maneira, tenho os meus amiguinhos com quem passo tardes de infância cheias de cumplicidade, malandrice, criamos jogos, revoluciona-mos outros, modernizamos o antigo, inventamos histórias, fazem-se batotas, fazemos moches e gritamos por tudo e por nada nem que seja só por rir! Sou inocente e não percebo o mundo dos adultos. Eles têm a mania de complicar tudo e não conseguem viver sem dramas. Eles dão valor ao que menos importância tem e discutem muito, para além de que normalmente não acreditam em nós por mais sinceros que sejamos. Acham que têm sempre razão e não nos dão ouvidos. Trocam uma boa tarde de amizade e pipocas por uma tarde a stressar e chorar. Não consigo perceber! Só sei que não quero sair deste mundo onde tudo é tão simples e descomplicado, onde o amor é sincero e embora ela já não acredite no amor e desconfie das pessoas, eu acredito e dou-lhe sempre motivos para que me ouça. Mas os adultos são complicados! E ela está a tornar-se complicada... Mas eu sei que um dia a vou vencer, porque uma criança não tem sonhos impossíveis e sorri sempre genuinamente. Não vou desistir! Vou vencer-te! Toma... Toma... la la la la la!

Carta da criança que vive dentro de ti para a adulta que és!

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